Ligar a TV e assistir a um comercial do governo. A sala de aula é até bonita. E a volta às aulas está garantida com todos os protocolos e recomendações. Dentro de mim, vem uma vontade de rir tão grande - o riso de nervoso - porque a contradição é algo tão desesperador e cômico ao mesmo tempo (aqui caberia uma interrogação). E, assim vivemos, nos auto enganando, todos os dias.
Às vezes, nem é preciso ir longe. O Instagram está cheio dessas cenas contraditórias. Todos os dias nos deparamos com absurdos; como o fato de não separarmos o lixo adequadamente, o uso exagerado de plástico, consumo e mais consumo. E no campo vibratório? (agora falo para os que acreditam) Bem, as palavras que usamos todos os dias ainda são bem primitivas. Como os preconceitos que temos e por muitas vezes nem os percebemos. As palavras de baixo calão são equivalentes as palavras de baixa vibração, como, por exemplo, quando falamos para nós mesmos "não mereço tanta felicidade assim". Mas, sim, ainda estou falando sobre o Instagram: todos os dias as cenas aqui postadas refletem uma beleza de corpos, atitudes, pessoas, vaquinhas, viagens, paisagens... e, eles....os filtros, que não deixam escapar a contradição desesperadora que nos fazem humanos.
Pintamos, por todos os lados, a perfeição. Como se ela existisse. Colocamos as nossas emoções mais primitivas como raiva, rancor, inveja... dentro de um saco de lixo e as escondemos das visitas. Elas continuam existindo, só não estão sendo vistas.
É por isso que gosto de meditar. Essa técnica que nos permite uma respiração consciente... nos possibilita uma mente que só observa. Não julga nada. Amor, raiva, frustração... todos passeando pela minha timeline da consciência, até o momento em que vem uma sensação de paz e pertencimento de estar passando pela experiência encarnatória humana. E não existe isso de mente limpa e sem pensar em nada: o saco de lixo está lá, convivendo em harmonia com os frascos de perfume.
Somos seres perfeitamente imperfeitos. A contradição que mora em mim saúda a contradição que mora em você. Este texto meio confuso, mas cheio de significados, está prestes a terminar. Escrevi e divaguei, mas o que quero mesmo dizer é: quando um dedo aponta para um lado, há outros tantos apontando para si. O dedo apontado bem que poderia ser um gancho, mas é reto. E ele é perfeito assim.